Da aldeia à cidade
Nas aldeias
neolíticas, o trabalho era dividido de acordo com o sexo e a ida- de. As
mulheres dedicavam-se à agricultura, ao preparo dos alimentos e cuidavam dos
filhos. Já os homens caçavam, cuidavam dos rebanhos e da segurança do grupo.
Crianças e idosos não trabalhavam.
Especialização do trabalho
Com o aumento
da população das aldeias, foi necessário aumentar também a oferta de alimentos;
inventaram-se, então, o arado puxado por animais e novas técnicas de adubação e
irrigação do solo. Com isso, algumas aldeias passaram a produzir excedentes, ou
seja, mais alimentos do que consumiam, e, consequentemente, seus membros
puderam se dedicar a outras atividades, como a carpintaria, a tecelagem, a metalurgia etc. Ocorreu, portanto, uma crescente divisão do trabalho.
Uns construíam casas, outros faziam tecidos, outros modelavam o ferro para
fazer armas, alguns caçavam entre outras atividades.
METALURGIA: técnica de extrair metais dos
minérios em se encontram misturados.
Na imagem, vemos um oleiro – artesão que utiliza a cerâmica –
girando a sua roda com as duas mãos e moldando o barro com o qual faz vasos. Repare
os três vasos já prontos em primeiro plano.
Comércio
Com a
especialização do trabalho, as pessoas passaram a trocar aquilo que produziam
por outros itens de que precisavam.
Quem produzia
trigo ou azeite, por exemplo, passou a trocar seus produtos por um jarro de
cerâmica, por um tecido ou, ainda, por uma espada de ferro. Nascia, assim, o
comércio. Com o tempo, surgiram pessoas que tinham como especialização trocar
produtos produzidos por outro - os comerciantes.
Ver-o-Peso em Belém, Pará. Desde a antiguidade, o comércio
em grandes
espaços ao ar
livre é bastante atraente, como se vê neste mercado.
A centralização do poder
Com o aumento
da divisão do trabalho e do comércio, algumas aldeias prosperaram. Com isso, a
população cresceu, criando a necessidade de se obter mais terras cultiváveis,
que passaram a ser muito disputadas. O chefe de uma aldeia que vencia as demais
passava a ter mais terras e mais pessoas sob o seu controle, recebendo,
consequentemente, mais impostos e
assumindo um papel de liderança.
IMPOSTOS:
CONTRIBUIÇÃO
QUE NAQUELA ÉPOCA ERA PAGA EM PRODUTO.
Aquele chefe
que controlava várias aldeias recebia diferentes nomes, dependendo da cultura
local, mas chamaremos nessa obra esses líderes de rei.
O rei
governava de sua residência, com a ajuda de funcionários encarregados de cobrar
impostos, aplicar a justiça e defender o reino. O rei e seus funcionários
controlavam também a produção de alimentos e a construção de obras públicas
como, por exemplo, os canais de irrigação. Com isso, o rei foi obtendo mais
poder e impondo sua autoridade. Esse processo é chamado centralização do poder
ou formação do Estado. O rei e seus funcionários eram os representantes dos
Esta- dos antigos; o palácio era o local onde se reuniam para dialogar e tomar
decisões.
caixa proveniente de uma tumba
principesca. Na faixa superior, vemos o rei usando saia de pele e bebendo em
companhia de sua família ou de pessoas da corte; nas faixas inferiores, os
súditos pagam impostos ao rei. Note que, na época, os impostos eram pagos em
produto.
Assim, pouco
a pouco, as aldeias neolíticas foram se transformando em cidades. A cidade se
distingue da aldeia por três características: maior divisão do trabalho,
comércio feito com regularidade e centralização do poder. As
primeiras cidades formaram-se perto das margens de grandes rios por causa da
importância da água para a agricultura e porque facilitava o transporte de
pessoas produtos. Em torno de grandes rios, como o Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia;
o Nilo, no Egito; e o Azul e o Amarelo, na China, surgiram também as primeiras CIVILIZAÇÕES.
Observe no mapa.
Civilização: originalmente a palavra estava
relacionada em viver na cidade, em oposição ao viver no campo. Assim, uma
civilização pode ser entendida como uma organização social que não se limita à
produção de alimentos, mas ao seu comércio e à produção de outros produtos e a
prestação de outros serviços.
Como as primeiras civilizações
localizavam-se nas proximidades dos grandes rios, tornaram-se conhecidas como
civilizações fluviais (ou Hidráulicas).
Trabalhando os metais
No Neolítico,
ocorreu também o domínio da metalurgia, ou seja, a técnica de trabalhar os
metais. O primeiro metal trabalhado foi o cobre, usado, sobre- tudo, para fazer
utensílios e enfeites.
Mas, por ser
flexível, o cobre era pouco usado na fabricação de instrumentos agrícolas ou de
caça, como a enxada e a lança. Isso se resolveu com a descoberta do bronze, um
metal mais resistente que resulta da mistura do cobre com o estanho. Tempos
depois, o homem aprendeu a fundir o ferro que, por sua vez, é ainda mais
resistente do que o bronze.
Os povos que
primeiro aprenderam a fazer e trabalhar esses metais, sobretudo o ferro, aperfeiçoaram
seus instrumentos de guerra, como espadas e escudos, e seus instrumentos agrícolas,
como pás, enxadas e arados. Ao aumentar sua capacidade de produzir alimentos e
de se defender, garantiram sua sobrevivência e a integridade do território em
que viviam. Abaixo, funcionários da Companhia Siderurgica Nacional em Volta
Redonda, RJ, opera forno.
livro de história Sociedade e Cidadania, edição reformulada, Alfredo Boulos Junior, História º ano.